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Encerrada

Análise Tática: Guarani x São Paulo

Por Nossa Taba, em 25/02/24

Neste domingo, dia 25/02, as 18hs, o Bugre recebe, no Brinco de Ouro da Princesa, o Tricolor Paulista, em partida válida pela 10ª rodada do Paulistão Sicredi 2024.

O Alviverde Campineiro continua afundado na lanterna do grupo B, com cinco pontos (uma vitória, dois empates e seis derrotas), e é o penúltimo colocado na classificação geral, dentro da zona de rebaixamento, enquanto o Soberano do Morumbi é o terceiro colocado do grupo D, com quatorze pontos (quatro vitórias, dois empates e duas derrotas), mas com um jogo a menos do que seus adversários diretos.

Como vem o São Paulo?

No Estadual de 2023, o Tricolor Paulista terminou a primeira fase como líder do grupo B, com vinte e três pontos, mas acabou eliminado, nas quartas de final, pelo Água Santa por 6X5, nos pênaltis, depois do empate em 0X0 no tempo regulamentar. O time de Diadema, que viria a se vice-campeão da competição, era, na época, treinado pelo atual técnico do Soberano, Thiago Carpini.

Ainda sobre o ano passado, a torcida do São Paulo pode dizer que viveu um misto de sentimentos, desde a indignação com a modesta décima primeira colocação no Campeonato Brasileiro, passando pela incredulidade da eliminação (também), nas quartas de final da Copa Sul-Americana, dentro do (então) Morumbi, para a LDU, (novamente) nos pênaltis, 4X5, até o êxtase com o título da Copa do Brasil, conquistado diante do Flamengo.

Para 2024 o Tricolor tentou manter a base do elenco e se reforçar ainda mais, mas acabou sofrendo algumas “baixas” (consideradas normais, devido aos momentos de destaque que o Soberano viveu) como o técnico Dorival Júnior, que deixou o comando do São Paulo para assumir a Seleção Brasileira, o goleiro Felipe Alves (Fluminense), o zagueiro Beraldo (PSG) os laterais Caio Paulista (Palmeiras) e Nathan (RB Bragantino), os volantes Méndez (Elche) e Gabriel Neves (Indepiendente), os atacantes David (Vasco), Erison (Kawasaki Frontale) e Alexandre Pato (sem clube), entre outros. Mas o Tricolor Paulista foi ao mercado e trouxe Thiago Carpini para ser o treinador e reforços importantes como os volantes Luiz Gustavo (ex-Al-Nassr) e Bobadilla (ex-Cerro Porteño), o meia James Rodriguez (ex-Real Madrid) e os atacantes Erick (ex-Ceará) e Ferreirinha (ex-Grêmio), além de contar com os retornos de Nikão (empréstimo) e Galoppo (cirurgia no joelho).

Precisando vencer o Guarani, para voltar a zona de classificação para a segunda fase, o Soberano contará com as voltas do lateral-direito Igor Vinicius, do meia Wellington Rato e do atacante Lucas, mas terá desfalques importantes, como os laterais Moreira (contundido) e Rafinha (contundido), os zagueiros Arboleda (suspenso) e Diego Costa (suspenso) e o meio-campista Rodrigo Nestor (contundido).

Buscando a reabilitação na competição (vindo de três jogos sem vencer), o provável São Paulo, para enfrentar o Bugre, neste domingo, deve ter: Rafael; Igor Vinícius, Ferraresi, Alan Franco e Wellington; Pablo Maia e Alisson; Wellington Rato, Luciano e Lucas; Calleri.

Como joga?

Mais frequentemente em um 4-2-3-1 apoiado, o Tricolor Paulista pode variar, tanto para o 4-3-3, com os dois meias abertos avançando e se tornando pontas, para alargar o campo e dar profundidade ao jogo do Soberano do Morumbi, quanto para o 4-4-2, com o meia central encostando no centroavante fixo e os meias que atuam pelas beiradas recuando para se aproximarem dos volantes, na busca da compactação das linhas, oferecendo uma transição em blocos, defensiva e ofensivamente.

A equipe do São Paulo tem se destacado por ser extremamente competitiva, atuando de forma equilibrada, atacando e defendendo de maneira muito organizada e intensa. É um time que domina a posse de bola, controla e propõe o jogo, mas, em caso de necessidade, sabe se defender e tem, tanto na bola longa, quanto na velocidade de seus jogadores que atuam pelas beiradas, possibilidades interessantes de contra-ataque.

O Tricolor Paulista joga um futebol de “pé em pé”, com construção natural, transições qualificadas e triangulações eficientes, mas tem em seu elenco qualificado a sua principal virtude para superar adversários e adversidades. Um bom exemplo são os três “meias” que, por vezes, invertem suas posições, mas se mantem sempre próximos dos volantes, para criar superioridade numérica e “ganhar” o setor, procurando a troca de passes curtos e aproximados, os espaços nas entrelinhas inimigas e o giro da bola buscado “alimentar” o centroavante fixo, que é mais uma característica do estilo do técnico Thiago Carpini.

Como ataca?

Fazendo a chamada “saída sustentada” (muito comum no futebol apoiado), com o goleiro buscando a bola curta, com zagueiros e laterais sendo as primeiras opções, enquanto os volantes “guardam” posição, para oferecerem qualificação de passe, triangulações e preenchimento do setor, através da quantificação de atletas, mas com a prioridade da progressão pelos lados, sempre em blocos, que sobem e descem juntos, mantendo as linhas aproximadas, com um setor dependendo do suporte do outro para que as mecânicas do padrão de jogo do Soberano do Morumbi funcionem.

Acontece, também, a variação para a “saída em três” (Lavolpiana), com um dos laterais “baixando” para ajudar os zagueiros, enquanto o lateral do lado oposto “sobe”. Nessa situação, o lateral “construtor”, depois que a transição evolui, se posiciona na linha dos volantes, formando um 2-3-5. Mas acontece, por vezes, de um dos volantes “afundar” entre os zagueiros e ambos os laterais avançarem para serem opção de transição, mais a frente, formando um 3-1-6.

Os dois volantes (que também atuam lado a lado) são os motores das linhas tricolores, ditando o ritmo, ofensivo e defensivo, tanto com condução, quanto na aceleração do jogo, visam “abastecer” os meias, que “balançam”, invertem e se movimentam bastante, tentando receber a bola já em transição progressiva, agredindo e oferecendo definições no terço final do campo.

Uma marca registrada dessa equipe do São Paulo são as jogadas pelos lados do campo, sempre buscando triangulações (entre laterais, volantes e meias) para criar vantagem, através da troca de passes curtos, giro de bola para encontrar jogadores desmarcados no lado oposto e do ataque de espaços nas entrelinhas e nas costas da defesa adversária, que sempre encontra dificuldades em conter as dobras ofensivas do Tricolor. Esse jogo “de beirada” conta com o centroavante fixo como elemento fundamental, preenchendo a área adversária, prendendo a defesa, e dando estatura aos cruzamentos.

Como Defende?

Sempre com duas linhas de quatro e a primeira (ou última – dependendo do ponto de vista) linha sendo formada pelo centroavante fixo e pelo meia mais centralizado, a segunda com os dois meias que jogam mais abertos “baixando” até a linha dos volantes e com os laterais lado a lado com os zagueiros, em bloco médio “flutuante”, sempre compacto, podendo avançar ou recuar, mas sempre com estruturação e compactação.

Pontos fortes:

• Um grande time começa com um grande goleiro e com o São Paulo não é diferente, com o arqueiro Rafael se destacando mesmo quando o time não vai bem.

• ⁠Laterais que podem ser considerados alas por sua velocidade e facilidade de chegar ao ataque.

• ⁠Dupla de meio-campistas “box-to-box” é responsável por quase todas as transições, ofensivas e defensivas.

• ⁠Meias/Atacantes muito técnicos, que pensam o jogo e podem desequilibrar qualquer partida a qualquer momento.

• ⁠Um centroavante goleador que costuma compensar na raça o que faltar em habilidade.

Pontos fracos:

• A dupla de zaga titular está suspensa e a que vai jogar nunca atuou junta. A falta de entrosamento pode pesar.

• ⁠Os “alas” não defendem com o mesmo ímpeto que atacam e a dobra defensiva costuma depender de meias que não são, exatamente, “secretários de lateral”.

• ⁠Apesar dos meio-campistas jogarem lado a lado, Alisson não tem, nem de longe, a pegada de um volante. Isso, por vezes, acaba sobrecarregando Pablo Maia.

• ⁠Quase sem conseguir repetir a escalação, devido a rotina de jogos, as lesões e suspensões, nem sempre os onze iniciais são os preferidos do torcedor são-Paulino (ou do técnico Thiago Carpini)

• ⁠A escolha por um elenco reduzido (para este ano) e tendo que poupar jogadores para evitar lesões, já se preocupando com as competições vindouras, colocam o Tricolor em uma “sinuca de bico”.

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