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Análise Tática: Portuguesa x Guarani

Por Nossa Taba, em 18/02/24

Neste domingo, 18/02, as 18hs, o Bugre vai até o Canindé, encarar a Lusa, pela 9ª rodada do Campeonato Paulista 2024.

O Alviverde Campineiro continua sendo o lanterna do grupo B, com míseros quatro pontos em oito jogos (uma vitória, um empate e seis derrotas), enquanto o Leão Rubro Verde ocupa a terceira colocação do grupo A, com os mesmo quatro pontos, mas com uma partida a menos.

Uma curiosidade, para os bugrinos que buscam ao que se apegar, é que o único triunfo do Guarani foi, justamente, como visitante (na segunda rodada, contra o Ituano, em Itu), enquanto a Lusa ainda não venceu atuando dentro de seus domínios.

Como vem a Portuguesa?

Em 2023, o Leão Rubro Verde, dando continuidade ao seu projeto de reconstrução, voltou a disputar a série A1, depois de sete anos. Nesse retorno, a Portuguesa fez um estadual modesto, visando a permanência e alcançou seu objetivo, terminando a competição na última posição do grupo D (e em décimo quarto lugar na classificação geral), garantindo a participação na Taça Independência (onde foi eliminada, logo na primeira rodada, pelo próprio Bugre, por 2×1, em jogo realizado no Brinco de Ouro da Princesa) e no estadual deste ano. Sem divisão no Campeonato Brasileiro, a Lusa jogou a Copa Paulista do ano passado, parando nas quartas de final, quando foi eliminada pelo Grêmio Prudente.

Esperando dar um passo a mais em 2024, mesmo, novamente, não tendo calendário nacional, o Leão Rubro Verde trouxe o treinador Dado Cavalcanti e mais de dez reforços, como os zagueiros Diogo Silva (ex-Botafogo/SP) e Yeferson Quintana (ex-Defensor/URU), o lateral Douglas Borel (ex-Bahia), o lateral-esquerdo Marquinhos Pedroso (ex-Vila Nova), os volantes Ricardinho (ex-Guarani) e Zé Ricardo (ex-Ceará), o meia Giovanni Augusto (ex-Guarani) e os atacantes Felipe Marques (ex-Novorizontino), Victor Andrade (ex-Juventude), Chrigor (ex-RB Bragantino) e Henrique Dourado (ex-Chapecoense), entre outros. Depois de um início de campeonato abaixo das expectativas, a Portuguesa acabou optando pela troca no comando técnico, contratando o experiente Pintado.

Para mais um confronto considerado decisivo, na luta contra o rebaixamento, a Lusa não poderá contar com os lesionados Douglas Borel, Marquinhos Pedroso, Chrigor e Victor Andrade, além dos suspensos Yeferson Quintana, Zé Ricardo e Henrique Dourado, mas terá o retorno do volante Dudu, que já cumpriu suspensão automática contra o Água Santa.

Assim, a provável Portuguesa, para enfrentar o Guarani, neste domingo, deve ter: Thomazella; Robson, Diogo Silva e Patrick; Thalles, Tauã, Ricardinho, Giovanni Augusto e Eduardo Diniz; Paraízo e Felipe Marques.

Como joga?

O técnico Pintado tem “montado” a Lusa em um 3-5-2 (que varia para o 5-4-1), em um bloco mais compacto e aproximado, normalmente baixo ou médio, com a linha defensiva formada por três zagueiros altos e fortes, que costumam receber a ajuda dos alas, que “baixam” para aumentar o volume e proporcionar vantagem quantitativa ao setor. Mas esses alas atuam, mesmo, na segunda linha, de meio de campo, ao lado dos volantes e com a aproximação do meia de armação/criação, também para estabelecimento dessa superioridade numérica. Seus atacantes costumam usar a mobilidade para encontrar espaços, tanto nas entrelinhas, quanto nas costas dos defensores adversários. Resumindo, é um time com consciência e qualidade de elenco para criar variações táticas interessantes.

Como ataca?

No 3-2-5, com características do jogo apoiado e de forma mais reativa, procura atuar com suas linhas muito próximas, tentando gerar vantagens através da movimentação e superioridade de atletas, no setor onde a jogada está acontecendo. Tudo começa com os três zagueiros, que rodam essa bola em busca de uma saída “limpa”, ou pelo meio, com um dos volantes, ou pelos lados, com um dos alas. E quando encontra esse passe, normalmente causa a quebra da primeira linha defensiva adversária, e possibilita esse quarteto, que joga praticamente lado a lado, se juntar ao meia centralizado para facilitar e qualificar a transição, através de ultrapassagens, triangulações e ataque de espaços, de forma veloz e vertical, com os alas avançando para dar profundidade e proporcionar o alargamento do campo, tentando desencaixar a defesa do time adversário através do espaçamento, enquanto seus atacantes se oferecem, tanto nas entrelinhas, quanto em diagonais, nas costas dos zagueiros inimigos.

O Leão Rubro Verde também tem uma bola longa forte, por cima e por baixo, sempre na tentativa de colocar seus atacantes em situação de enfrentamento direto com os zagueiros da equipe adversária ou para tentar ganhar uma segunda bola mais a frente, já próxima ao gol do oponente.

Como Defende?

Um 5-4-1 em bloco baixo/médio, com as linhas permanecendo juntas, compactas e robustas, além de uma transição defensiva forte e “destrutiva”, desarmando ou fazendo faltas, para impedir a progressão do adversário e tentando trazer a partida para o seu padrão e forma de atuar, a Portuguesa pode não ter uma das melhores defesas do campeonato, mas, com certeza, tem, nesse setor, seu ponto forte, principalmente após a chegada do treinador Pintado.

Os alas “baixam” até a linha dos três zagueiros, elevando o nível através da quantidade e da proximidade dos defensores, enquanto o meia centralizado e o atacante de mais mobilidade caem pelas beiradas, para formarem a segunda fase, ao lado dos volantes e fazendo a dobra com os alas. O atacante mais fixo fica encarregado de fechar as linhas de passe e dar o primeiro combate, ainda no campo de defesa adversário.

Pontos fortes:

  • Zagueiros altos e fortes na bola aérea, ofensiva e defensiva.
  • ⁠Alas rápidos, que conseguem qualificar, tanto o ataque, quanto a defesa.
  • ⁠O meia Giovanni Augusto vem de temporadas apagadas (inclusive no Guarani), mas é um jogador diferenciado e tem qualidade para desequilibrar a partida.
  • ⁠Transições verticais e velozes, típicas de um time que joga de forma reativa, que podem surpreender um adversário com linhas de marcação altas.
  • ⁠Esquema tático parece ter encaixado na proposta do técnico Pintado, tornando a equipe mais compacta e organizada.

Pontos fracos:

  • A defesa, apesar de ter força física, fica devendo no quesito velocidade.
  • ⁠As beiradas defensivas da Lusa acabam oferecendo muito espaço, devido a dificuldade de recomposição do meia e do atacante de mobilidade, que demoram para preencher a segunda linha e criar a dobra, com os alas.
  • ⁠Os desfalques tem sido um problema para todos os times, mas o Leão Rubro Verde não poderá contar com, pelo menos, seis titulares, para o jogo contra o Bugre.
  • ⁠Um elenco curto, sem muitas peças qualificadas, para reposição, tem obrigado a Portuguesa a lançar jovens das categorias de base, mesmo estando em situação desconfortável, na tabela.
  • ⁠As oscilações dentro de uma mesma partida já custaram pontos preciosos à equipe, que enfrenta dificuldades em sustentar resultados, mesmo quando sai à frente no placar.

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