Nesta quinta-feira, dia 15/02, as 19h30, o Bugre recebe, no Brinco de Ouro da Princesa, o Ramalhão, em partida válida pela 8ª rodada do Campeonato Paulista 2024.
O alviverde campineiro permanece na lanterna do grupo B, com apenas quatro pontos ganhos e a um ponto da zona de rebaixamento, com uma vitória um empate e cinco derrotas (tendo perdido seus quatro últimos jogos), enquanto o Gigante do ABC ocupa a última colocação do grupo A (e também, da classificação geral), com três pontos ganhos, em vinte e um disputados, sendo três empates e quatro derrotas.
Como vem o Santo André?
Em um 2023 com “calendário cheio”, o Santo André terminou o Paulistão na terceira colocação do grupo D (décima posição, na classificação geral), com quatorze pontos, “caindo” para a disputa da Taça Independência, onde foi eliminado, já na primeira rodada, depois de empatar com a Inter de Limeira (0x0) no tempo normal e perder nos pênaltis (2×4). NA série D do Campeonato Brasileiro, o Ramalhão fez campanha mediana, terminando a competição nacional na quinta colocação do grupo F, sem conseguir avançar para a segunda fase.
Para 2024, pensando em alcançar objetivos maiores, o Gigante do ABC passou por uma reformulação completa, trazendo “de volta” o treinador Fernando Marchiori (ex-Sampaio Corrêa), mantendo apenas dois jogadores (Dudu Vieira e Alexiel – formado na base) e contratando mais de vinte atletas. Entre os mais conhecidos estão o goleiro Luiz Daniel (ex-Sampaio Corrêa), os laterais Junior Caiçara (ex-Santos) e Edimar (ex-CRB), os zagueiros Walce (ex-São Paulo) e Luiz Gustavo (ex-Guarani), os volantes Souza (Vila Nova), Marciel (ex-CSA) e Zé Matheus (ex-Novorizontino), o meia Felipe Ferreira (ex-Chapecoense) e os atacantes Cleo Silva (ex-Novorizontino), Richard (ex-Chapecoense), Bruno Michel (ex-Guarani), Lohan (ex-Criciuma) e Léo Passos (ex-Primavera), entre outros. Porém, devido ao mau desempenho do Santo André, no primeiro quarto do Campeonato Paulista deste ano, a diretoria do Ramalhão optou pela troca do comando técnico, com a chegada do treinador Márcio Fernandes.
Considerando o jogo contra o Bugre como uma “final de Copa do Mundo”, o Gigante do ABC tem desfalques importantes, como o zagueiro Luiz Gustavo, o lateral-esquerdo Edimar e o atacante Cléo Silva (entregues ao departamento médico), mas conta com a volta de Junior Caiçara, que cumpriu suspensão automática.
Buscando a primeira vitória na competição, o provável Santo André, para enfrentar o alviverde campineiro, nesta quinta, deve ter: Luiz Daniel; Junior Caiçara, Afonso, Walce e Igor Fernandes; Souza, Dudu Vieira e Marciel; Felipe Ferreira, Leo Passos e Lohan.
Como joga?
Em um 4-4-2, que varia para o 4-3-3 (com o meia mais avançado caindo para uma das beiradas do campo), o Ramalhão costuma atuar de forma bastante compacta e reativa, em um futebol mais posicional do que apoiado. A primeira linha, mesmo com 4 jogadores postados lado a lado, costuma ter três zagueiros (ou dois zagueiros e um volante) e, apenas, um lateral de origem, que acaba tendo mais “liberdade” para atacar. O meio-campo também utiliza três volantes (ou meio-campistas) e um único meia de armação/criação, enquanto o ataque tem um extrema, que pode cair por qualquer uma das duas beiradas, e um centroavante, mais fixo.
Como ataca?
No 3-3-4, com características posicionais, mesmo não ficando com a bola e com uma postura mais reativa, o Gigante do ABC sabe atacar e procura atuar com suas linhas muito próximas, tentando gerar vantagem nessa movimentação em blocos. A saída de bola é feita pelos dois zagueiros e um dos laterais, enquanto os três volantes “balançam”, atrás da primeira linha de marcação adversária, dando opções de saída mais aproximada e qualificada.
Essa mesma trinca (de meio-campistas) é que fica responsável pela transição, buscando progredir em triangulações que, não raramente, recebem a ajuda do meia e do lateral do lado oposto. Mais a frente, enquanto o atacante móvel busca os espaços nas entrelinhas, o centroavante busca segurar a marcação, criando o espaço e o tempo necessários para as ultrapassagens e as infiltrações. O Santo André também usa, com frequência, a bola longa, buscando seu centroavante que costuma ganhar a maioria dessas disputas aéreas, proporcionando oportunidades de “segunda bola” para o Ramalhão.
Como Defende?
Um 4-5-1, quase sempre em bloco médio/baixo, com as linhas permanecendo juntas, compactas e robustas, o Gigante do ABC não tem problema em tornar o jogo físico, criando duelos e embates que possa ganhar. A primeira linha defensiva tem os dois zagueiros e os dois laterais jogando muito próximos, tentando evitar que o adversário construa algo ou crie oportunidades nesse setor, seja por cruzamentos, seja por infiltrações.
A segunda linha posiciona os três volantes lado a lado, enquanto o meia “baixa” de um lado e o extremo “baixa” do outro, criando um “cinturão” de cinco atletas que se movem, uniformes, conforme o adversário roda a bola. Assim que o inimigo tenta progredir, o setor defensivo avança com interceptações ou botes rápidos que, quando não roubam a bola, “matam” a jogada. Se enfrentar um meio campo congestionado pode ser um pesadelo para qualquer time, fica ainda pior com as dobras altas, que acontecem pelos lados do campo, quase sempre impossibilitando continuidade das jogadas por esse setor. O centroavante não chega a ser a cereja do bolo, mas faz um bom trabalho de incomodar a saída de bola do oponente, ao mesmo tempo em que tenta fechar as linhas de passe.
Pontos fortes:
- O goleiro Luiz Daniel está se habituando a realizar alguns milagres em terras paulistas.
- O volume de jogo defensivo, quase sempre com três zagueiros e mais três volantes, tem sido uma marca desse Ramalhão guerreiro.
- Apesar do elenco ter sido todo remontado, do ano passado para cá, o Gigante do ABC conta com nomes interessantes, como o meia Felipe Ferreira e o atacante Lohan.
- Um time muito forte, fisicamente, impõe dificuldades a qualquer adversário, muitas vezes truncando o jogo.
- Bolas aéreas, ofensivas, muito perigosas e defensivas, muito seguras.
Pontos fracos:
- Desfalques importantes podem fazer o técnico Márcio Fernandes mudar a configuração da equipe.
- Com onze gols sofridos, a defesa do Santo André é a segunda pior do campeonato (apenas atrás do Ituano, que tem um jogo a mais).
- Com apenas três gols marcados, o Ramalhão tem o pior ataque da competição, até aqui.
- Com a reformulação geral, mesmo tendo um tempo maior para treinar, o Gigante do ABC ainda busca o melhor encaixe e os melhores onze iniciais.
- Um time que foi montado para ser reativo, mesmo com a mudança de treinador, tem encontrado dificuldades para propor, devido as características do elenco.
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