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Análise Tática: Novorizontino 2×0 Guarani

Por Nossa Taba, em 14/02/24

Na noite da última segunda-feira , 12/02, o Bugre enfrentou o Tigre do Vale, no Doutor Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte, e foi, novamente, derrotado, dessa vez, por dois a zero.

Com Caudinei Oliveira, técnico recém contratado pelo alviverde campineiro, assistindo o jogo de um dos camarotes do estádio, o Guarani, em campo, foi comandado pelo auxiliar Rodrigo Leitão, que fez algumas alterações na equipe, muitas delas motivadas, também, pelo desgaste físico. Na zaga, Márcio Silva entrou no lugar de Rayan (poupado), na lateral-esquerda, Hélder ficou com a vaga de Mayk (também poupado), enquanto Lucas Araújo substituiu Bruno Mendes (contundido), promovendo, também, uma mudança tática, do 4-2-3-1 para o 4-4-2.

O Bugre foi a campo com: Vanderlei; Heitor, Léo Santos, Márcio Silva e Hélder; Lucas Araújo, Camacho, Matheus Bueno e Régis; Reinaldo e Derek.

Porém, quem esperava por um meio formado por um volante, dois meio-campistas e um meia de armação/criação deve ter ficado surpreso com o posicionamento avançado de Régis, que não chegava a ser um “falso 9” mas era o jogador mais próximo da área inimiga, mesmo atuando na parte central do meio-campo do alviverde campineiro, enquanto, na linha ofensiva, ambos os atacantes jogavam abertos, com Derek pela esquerda e Reinaldo pela direita, sem um “homem de referência”, na área.

A ideia era ter uma defesa forte, com a primeira linha defensiva e os três meio-campistas bem próximos, combatendo, justamente, o setor onde o Novorizontino é mais forte, enquanto, ofensivamente falando, tentava utilizar do mesmo princípio de superioridade numérica, para oferecer opções, aproximações e ataque de espaços, em uma saída mais curta. Esse posicionamento, com as mecânicas e as movimentações corretas, deveriam oferecer qualificação a transição, para que Régis recebesse essa bola nas costas dos volantes adversários, e encontrasse espaço e passes para os atacantes, que infiltravam, em diagonal. Mesmo esse posicionamento “aberto”, dos atacantes, tinha um propósito interessante, que era inibir as subidas dos alas do Tigre do Vale. E caso eles subissem, havia a possibilidade da bola longa, na transição por fora, para aproveitar esse espaço, obrigando os zagueiros aurinegros a deixarem suas posições, na área, para darem combate nos atacantes do Guarani.

Tudo isso pareceu funcionar (mesmo que mal) por, aproximadamente, vinte minutos. Foi o tempo que o Novorizontino levou para encaixar sua marcação, empurrar as linhas do Bugre para trás e, coincidentemente, para Derek sentir um incômodo muscular e pedir substituição. Pablo Thomáz (!) foi acionado e entrou para fazer a mesma posição.

Com a leitura feita, Eduardo Baptista avançou as linhas do Tigre do Vale e, rapidamente colocou o alviverde campineiro em dificuldades.

Os três zagueiros faziam a saída de bola e sofriam pouca (ou nenhuma) pressão. Os volantes davam opção, enquanto o avanço dos alas arrastava a marcação dos pontas bugrinos para trás. Com Régis pouco colaborando na transição defensiva, essa bola chegava a intermediária ofensiva do aurinegro do interior com extrema facilidade. A partir daí a vantagem do número de jogadores fazia a diferença e o Novorizontino passou o restante do primeiro tempo “amassando” o Guarani que, a essa altura, jogava em linhas muito baixas, com o adversário jogando, o tempo todo, no campo do Bugre e tendo 2/3 de toda a posse de bola.

No intervalo o alviverde campineiro fez sua segunda alteração, com a entrada de Marlon na vaga de Reinaldo, para tentar dar uma sustentação maior para o lado direito, tanto da defesa, quanto do ataque da equipe.

Não funcionou.

O Tigre do Vale tirou o meia Rômulo e colocou mais um atacante, enxergando a fragilidade bugrina e partindo para cima em um 4-3-3 muito intenso. Quem entrou foi Rodolfo (aquele mesmo) que, já acostumado a castigar o Guarani, foi o autor dos dois gols do aurinegro.

O “resumo da ópera” foi uma espécie de “ataque contra defesa” que, em menos de vinte minutos, já haviam garantido dois gols, inúmeras chances e, inclusive, a vitória do Novorizontino.

O acovardamento bugrino parecia aumentar a cada ataque do Tigre do Vale, que continuava a criar (e desperdiçar) situações de gol.

Rodrigo Leitão, talvez percebendo a vergonha que o Bugre (e sua torcida) passava, promoveu as entradas de João Victor e Chay, para as saídas de Camacho e Lucas Araújo, armando o time em um 4-3-3, com apenas um volante, dois meias e três atacantes.

Também não funcionou.

O alviverde campineiro continuou sem criar nenhuma chance de gol, com um futebol desorganizado, estéril e triste de ver.

Se esperava que, com essa formação, o Guarani passasse a agredir o adversário. Mas isso não aconteceu.

Enquanto isso o aurinegro, apesar de ter tido mais algumas oportunidades, preferiu truncar o jogo, como fez sempre que o Bugre tentou criar algo (tanto que o Novorizontino terminou o jogo com menos desarmes e mais faltas) e empurrar o jogo, com facilidade, até o final. Mesmo ainda havendo mais uma alteração, com Anderson Leite substituindo um cansado Régis (produção ZERO, tanto ofensiva, quanto defensiva) e fechando um buraco do meio-campo que poderia transformar a vergonha em algo pior.

E foi assim que o alviverde campineiro sofreu sua quarta derrota consecutiva (já são cinco, em sete jogos), estacionou nos quatro pontos, deu adeus a classificação e, com mais um choque de realidade, fez a torcida entender que “obrigação de classificação” é só para os microfones, porque o campo grita “luta por permanência” (o que eu, particularmente, acho difícil).

Aqueles MESMOS que, novamente, nos prometeram o céu, estão empurrando o Guarani e sua torcida para o inferno. O trabalho é tão bem feito, que se você olhar de perto, vai achar que voltamos para 2007.

A última vitória do Bugre havia sido contra o Novorizontino, de virada, em um jogo equilibrado, brigado, igualado. Comparem com o passeio humilhante do Tigre do Vale, no jogo de ontem, e entenderão do que estou falando.

Triste. Amargo. Difícil. E o torcedor bugrino pode se preparar, porque vai piorar. Infelizmente, esse é o atual Guarani Futebol(?) Clube.