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Análise Tática: Santos 2×0 Guarani

Por Nossa Taba, em 06/02/24

Na noite do último domingo, 04/02, o Bugre foi até Santos, para enfrentar o Peixe, na Vila Belmiro, em busca de reabilitação, no Campeonato Paulista 2024.

Mais uma vez, Umberto Louzer armou o alviverde no 4-3-3 posicional, com a defesa jogando em uma linha de 4 e os três meio-campistas se revezando na aproximação, para tentar receber a bola em condições de fazer a transição e, pelos lados, buscar progressão ofensiva em um setor de beirada onde, teoricamente, o Peixe era mais fraco, defensivamente falando.

O alviverde foi a campo com: Douglas; Heitor, Léo Santos, Rayan e Hélder; Anderson Leite, Camacho e Matheus Bueno; Reinaldo, Derek e Bruno Mendes.

Fica difícil fazer uma análise tática de um time extremamente desorganizado, apático, inofensivo e do que foi, com toda certeza, a pior apresentação do Guarani, até agora, nesse Paulistão. Mas vamos tentar.

Os primeiros quinze/vinte minutos de jogo passaram a impressão de que o Bugre iria encarar o Santos de frente, como havia feito contra todos os seus adversários anteriores. O alviverde ganhava duelos, preenchia bem o meio-campo e chegou a criar duas boas situações de gol.

Mas foi só impressão, mesmo.

Rapidamente, o treinador do Peixe fez a leitura do jogo, subiu suas linhas e, percebendo que o Guarani marcava essa saída de bola pelas beiradas, recuou João Schmidt para ajudar os zagueiros e “liberou” Diego Pituca para usar sua mobilidade e ajudar na transição.

A partir daí, o alvinegro praiano passou a ser superior em todos os setores, desde a defesa, até o ataque, passando pelo meio-campo que, simplesmente, tomou conta do jogo.

A defesa bugrina não conseguia fazer nenhum tipo de conexão, além de sofrer com a linha de marcação “flutuante” do adversário e, devido ao desencaixe e do posicionamento errado de seus jogadores, passou a partida toda correndo atrás dos santistas.

Apesar das coberturas terem funcionado bem (pelo menos no 1º tempo) foi uma jornada extremamente infeliz de todo o sistema defensivo alviverde, que concedeu muitos espaços, quase sempre mal posicionado, fazendo escolhas erradas, sem sustentação e sem apresentar nenhuma resposta ou solução para o volume de jogo do Santos.

Por mais que Umberto Louzer tentasse, de todas as formas, corrigir o posicionamento do time, orientar as ações e alertar sobre as mudanças no posicionamento adversário, só ele falava. Além da impressão de que ninguém estava ouvindo, pairava uma sensação de que não havia compreensão ou entendimento das instruções passadas pelo comandante bugrino, por parte dos jogadores, que assumiram uma postura extremamente irresponsiva, alienados, que não se comunicavam e que passavam a impressão de não estarem dispostos (ou preparados) para o que estavam enfrentando.

Nessas condições, ir para o intervalo com 0x0 no placar, foi um alívio.

Na volta do intervalo, mesmo antes do apito que daria início ao segundo tempo, ficaram claras as intenções de cada time.

O Guarani voltou com os mesmos 11 iniciais e ficou evidente que Umberto Louzer optou por orientar a equipe e, através de mudanças de posicionamento, igualar as ações e equilibrar o jogo. No Santos, Fábio Carille retornou do vestiário com o jovem lateral-esquerdo Kevyson no lugar do ala Felipe Jonathan, em uma substituição que, ao mesmo tempo que visava preservar o titular (ainda recuperando a forma física, depois de passar um tempo no Departamento Médico), demonstrava preocupação defensiva com o lado direito do ataque bugrino, que contava com o veloz Reinaldo. A outra alteração foi a entrada de William “Bigode”, um atacante de mais mobilidade, no lugar de Júlio Furch.

Outra mudança significativa, no Peixe, foi o de voltar a tentar as transições pelos lados do campo, já que o Bugre havia mudado a forma de marcar, subindo e compactando suas linhas, na tentativa de recuperar, mesmo que em partes, o controle do meio-campo.

Com três minutos jogados, da segunda etapa, Kevyson pareceu prender o pé no gramado, em lance envolvendo Reinaldo, e teve que ser substituído. O lateral-direito de origem, Hayner, entrou, improvisado, na vaga do atleta santista, que saiu lesionado.

Aos dez minutos do segundo tempo, um lance que retratou, com fidelidade, o que foi o jogo do alviverde:

Bola lançada, na esquerda do ataque do alvinegro praiano, para Guilherme. O lateral-direito Heitor errou o tempo de bola e perdeu na corrida para o atacante santista. Em tentativa desesperada de evitar o gol, deu um carrinho por trás, dentro da área, cometendo um dos pênaltis mais exdrúxulos desde quando Thalles atropelou Léo Jabá, naquele 4×1, lá em 2021, contra o Vasco, em São Januário.

O próprio Guilherme bateu, deslocou o goleiro e fez: Santos 1×0 Guarani

E esse foi o tom de 90% dos atletas do Guarani, em 90% do tempo de jogo. Sempre mal posicionados, atrasados, perdidos, errando passes simples, tomando decisões, no mínimo, duvidosas e passando a impressão de despreparo emocional e físico.

Mas Umberto não havia desistido e, por volta dos quinze minutos, fez o Bugre voltar para o 4-2-3-1 com as entradas de João Victor no lugar de Camacho e de Régis, na vaga de Reinaldo.

Só não mudou muita coisa porque, pelo que o alviverde havia apresentado até aquele momento, não havia tanto lastro para piora.

Do outro lado, um Santos confiante se lançou ao ataque e empilhou oportunidades de gol perdidas. O Guarani apenas se defendia e, quando recuperava a bola, não conseguia trocar mais do que três passes, antes de devolver a posse ao Peixe.

Próximo dos trinta minutos do segundo tempo, enquanto o Bugre, mais uma vez, se arrastava em campo, Fábio Carille injetou força e qualidade à sua equipe, colocando Morellos na vaga de Cazares.

A resposta de Umberto Louzer foi tentar oxigenar a equipe. Ciente de que só uma mudança significativa poderia tirar o alviverde daquela situação, o treinador mudou, mais uma vez, o esquema tático do time, ao substituir Heitor e Hélder, por Márcio Silva e Marlon, respectivamente, e armar o alviverde no 3-5-2.

Só que não deu tempo nem do Guarani se posicionar nesse “novo” padrão.

Com muitos jogadores avançados, um meio-de-campo esvaziado e um time espaçado, o Bugre ficou desorganizado. O alvinegro praiano percebeu, subiu, mais uma vez, suas linhas e roubou a bola. William tocou para Morellos, que acionou Guilherme, pela esquerda. O atacante santista avançou e bateu cruzado para fazer: Santos 2×0 Guarani.

Ainda haveria tempo para mais uma alteração no Bugre, com Derek deixando o campo para a entrada de Chay. Mas nada mudou e o jogo se arrastou, assim, até o final.

Agora o alviverde é o lanterna do seu grupo, com apenas quatro pontos (uma vitória, um empate e três derrotas) e os ânimos já começam a se exaltar, tanto na torcida, como na diretoria. O treinador Umberto Louzer havia dito, após a derrota para o Mirassol, que aquele era “o tipo de jogo que não nos deixa dormir”. O que ninguém disse, ainda, é que essa derrota para o Santos é aquela que nos faz dormir e ter pesadelos.

Depois de perder em casa para o Mirassol e apresentar um futebol muito abaixo das expectativas, contra o Santos, o mínimo que se espera é uma vitória contra a Internacional de Limeira, na quinta-feira, dia 08/02, para retomar a confiança e, principalmente, retornar ao campeonato.

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