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Análise Tática: Botafogo/SP X Guarani

Por Nossa Taba, em 01/03/24

Nessa sexta-feira, dia 01/03, as 18h30, o Bugre vai até Ribeirão Preto, para enfrentar o Pantera da Mogiana, em partida válida pela décima primeira rodada do Campeonato Paulista 2024.

O Alviverde Campineiro segue sendo o último colocado do grupo B, com seis pontos ganhos (uma vitória, três empates e seis derrotas) e é o primeiro time fora da zona de rebaixamento (décimo quarto colocado na classificação geral), enquanto o Tricolor de Ribeirão é o lanterna do grupo D, mas já tem onze pontos (três vitórias, dois empates e cinco derrotas), é o décimo terceiro na classificação geral, sem chances de classificação mas, praticamente, livre do rebaixamento, também.

Como vem o Botafogo?

Em 2023 o Pantera fez um Estadual regular, terminando na segunda posição do grupo A e conquistando a classificação para as quartas de final, onde foi eliminado pelo RB Bragantino (2X0). A polêmica do ano ficou por conta da vaga na Copa do Brasil ganha no grito e na caneta, que o Tricolor da Mogiana fez o esforço (e o suborno) valerem a pena, chegando até a terceira fase, quando foi eliminado pelo Santos. No Campeonato Brasileiro a equipe oscilou e, mesmo sem grandes sustos, terminou a competição em uma modesta décima segunda colocação (doze vitórias, onze empates e quinze derrotas).

Já em 2024, a SAF que administra o futebol do Botafogo, anunciou um aumento de 50% no investimento no futebol e uma reformulação quase geral no elenco. Saíram os goleiros Matheus Albino (CRB) e Gabriel Gasparotto (Chapecoense), os zagueiros Diogo Silva (Portuguesa), Gustavo Cipriano (Inter de Lages) e Carlinhos (Japão), os volantes Guilherme Mantuan (Amazonas) e Tarik (Chapecoense), além os atacantes Salatiel (Ituano), João Veras (Vietnã), Gustavo Xuxa (CSA), Edson Cariús (Ypiranga) e Osman (Chapecoense), entre outros. As chegadas começaram com o treinador português Paulo Gomes e foram tendo sequência com os goleiros João Carlos (ex-Cuiabá), Michael Fracaro (ex-ABC), os zagueiros Bernardo Schappo (ex-Fortaleza), Fabio Sanchez (ex-Goiás) e Matheus Costa (ex-Marítimo/POR), os laterais Patrick Brey (ex-Água Santa) e Wallisson (ex-Athletic), o volante Matheus Barbosa (ex-Guarani), os atacantes Douglas Baggio (ex-Novorizontino), Emerson Negueba (ex-Cuiabá), Leandro Pereira (ex-Tochigui/JAP) e Alex Sandro (ex-Tombense, além de outros menos conhecidos.

Para o jogo contra o Guarani, com o departamento médico esvaziado e sem suspensões por cartão, o treinador Paulo Gomes, que volta a beira do gramado, para comandar o Tricolor da Mogiana, depois de cumprir, ele, sua suspensão automática, poderá contar com o elenco completo, e a chamada “força máxima”, para enfrentar o Bugre.

O provável Botafogo, para enfrentar o Alviverde Campineiro, nesta sexta-feira, as 18h30, deve ter: Michel Fracaro (João Carlos); Wallisson, Matheus Costa (Fabio Sanches), e Bernardo Schappo; Emerson Negueba, Felipe Soutto (Matheus Barbosa) e Leandro Maciel e Jean Victor; Douglas Baggio, Patrick Brey e Alex Sandro.

Como joga?

Com um 3-4-3 posicional, que pode variar, tanto para o 5-4-1, quanto para o 3-2-5, o Pantera joga um futebol com blocos médios/baixos “flutuantes”, extremamente vertical e com transições (ofensivas e defensivas) velozes e eficientes. Todos os setores, da defesa ao ataque, utilizam mecanismos de movimentação para permanecerem próximos, oferecendo dobras, opções e superioridade em todas as áreas do campo. Assim o Tricolor da Mogiana não busca controlar o jogo através da posse de bola mas, sim, obrigando o adversário a “jogar o seu jogo”, físico, picotado, composto mais por duelos do que por antecipações e com o objetivo de se impor, principalmente, na região central da cancha. Tudo começa em uma linha de três zagueiros, que atuam lado a lado e criam essa vantagem numérica, seja na saída de bola ou na cobertura de marcação. A chamada “segunda linha” tem dois alas e dois volantes, que podem avançar ou recuar, dependendo da necessidade da compactação que o jogo (ou o setor em dificuldade) exigir. O ataque também é composto por um trio, normalmente com dois pontas rápidos que, atacando ou defendendo, dobram com os alas, colocando o adversário em minoria, dando profundidade as jogadas e “alargando” o campo, enquanto o centroavante é sempre um jogador de mais mobilidade, que ataca os espaços vazios e sai muito da área, gerando incomodo e desconforto na zaga adversária que, não raramente “desencaixa” com essa inversão e da oportunidade para jogadas de infiltração nas entrelinhas, na diagonal, na paralela ou nas costas do oponente.

Como ataca?

No 3-2-5 reativo, com os zagueiros fazendo a “saída em três” (lavolpiana), circulando a bola até encontrarem o passe em progressão, com os alas (pelos lados) ou com os volantes (pelo meio) para dar início a transição ofensiva. E Assim que esse passe sai da defesa, quebrando a primeira linha de marcação adversária ou empurrando o oponente para trás, os volantes se aproximam dos alas para construírem o avanço através de triangulações e encurtamento de distância, que dão oportunidade para passes mais efetivos e qualificados, sempre buscando estar em maior número de jogadores no setor onde a bola está. A partir daí, os pontas também passam a participar, sendo opção, encurtada ou alongada, atacando as entrelinhas entre os zagueiros e laterais inimigos, facilitando as ultrapassagens dos alas, tanto para aprofundar a jogada, quanto para gerar a dobra ofensiva e criar dificuldade para a defesa rival. O centroavante se movimenta para preencher o máximo de espaços, tentando causar confusão e arrastar os marcadores para situações fora de sua zona de atuação e conforto. Times com linhas defensivas “altas” costumam sofrer com os atacantes rápidos, que buscam, sempre, os espaços e levam o jogo para situações de enfrentamento, a todo momento.

Como Defende?

Formando um 5-4-1 em bloco médio/baixo “flutuante”, que sobe e desce de forma compacta, buscando surpreender o adversário e sair do “lugar comum”, o Botafogo não deixa de ser agressivo na marcação, independente de onde ou o quão baixas (ou altas) estão suas linhas. Os três zagueiros recebem a ajuda dos alas que “baixam” para transformar a formação de combate mais próxima da própria meta na mais numerosa, oferecendo dobras de marcação, tanto pelos lados, quanto pelo meio. Os dois volantes se posicionam em frente a área, congestionando o setor e dando cobertura aos zagueiros, que não precisam sair de suas posições para fazer o “balanço” da marcação. Os pontas recuam até se alinharem a essa formação secundária de médios, fortalecendo a marcação pelos extremos e deixando o Pantera em superioridade na quantidade de atletas, independente de onde o inimigo atacar. O centroavante recua, tentando fechar o primeiro passe e ajudando no combate aos zagueiros e volantes adversários. O Tricolor da Mogiana é um time montado para jogar através de transições e faz isso ainda melhor, na fase defensiva.

Pontos fortes:

• Zagueiros fortes fisicamente e bons no jogo aéreo, ofensivo e defensivo.

• ⁠Dobra de alas e pontas torna o ataque pelos lados do campo o maior trunfo do Botafogo.

• ⁠Volantes “box-to-box”, são o motor das transições tão essenciais no padrão tático do Pantera.

• ⁠Time reativo, que joga mais para destruir do que construir, costuma levar vantagem, principalmente nos duelos e na parte física.

• ⁠Sem centroavante fixo, faz inversões de posicionamento ofensivo que já causaram algum estrago nas defesas adversárias.

Pontos fracos:

• Zagueiros ficam devendo no quesito velocidade, inclusive na transição defensiva.

• Segunda pior defesa do campeonato, ainda busca uma melhor formação (e encaixe) do sistema de retaguarda.

• ⁠Dobra de alas e pontas tem deixado a desejar na parte defensiva, tornando as beiradas do Tricolor da Mogiana uma verdadeira avenida para os adversários.

• ⁠Elenco curto não tem conseguido oferecer opções de qualidade quando o treinador precisa variar a formação ou o esquema tático.

• ⁠O Botafogo jogou no meio de semana, pela Copa do Brasil e a sequência de jogos já está cobrando um preço mais alto dos jogadores de idade avançada.