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Guarani x Mirassol: Como joga o Mirassol? Confira a análise tática!

Por Nossa Taba, em 31/01/24

O Guarani recebe o Mirassol, na noite dessa quarta-feira, 31/01, as 21h35, no Brinco de Ouro da Princesa.

E como vem o adversário do Bugre?

Depois de um 2023, digamos, interessante, o Mirassol vem para 2024, sem duvidas, para buscar protagonismo.

No ano passado, o Leão da Alta Araraquarense, não conseguiu passar da primeira fase do Campeonato Paulista, terminando na terceira colocação do grupo B, que tinha São Paulo, Água Santa (que viria a se sagrar vice-campeão) e o próprio Bugre. Mas entrou forte para a disputa do “Troféu Independência” (inclusive eliminando o alviverde campineiro) e só parando na final, quando perdeu para o São Bernardo, nos pênaltis (4×2), depois de um empate por 0x0, no tempo normal.

Porém, mesmo sendo estreante na série B (depois do título do Campeonato Brasileiro da série C 2022) o Mirassol montou um time muito técnico e era visto como um dos favoritos ao acesso. Mas, depois de um início diferente do que esperava a diretoria, já na 4ª rodada, o Leão demitiu Ricardo Catalá e contratou o treinador Mozart, que já havia treinado o Bugre, mas tinha sido recentemente demitido pelo Atlético GO. Não há como negar que as oscilações diminuíram, o time embalou boas sequências de resultados, mas perdeu força (e pontos importantes) na reta final, terminando a competição em uma honrosa 6ª colocação, a apenas um ponto do acesso.

Para 2024 o técnico Mozart foi mantido e, além de ter conseguido segurar a base do time principal, a equipe se reforçou com alguns nomes conhecidos do torcedor, como o experiente goleiro Vanderlei (ex-Santos), o zagueiro Gazal (ex-Atlético GO), o lateral-direito Warley (ex-Botafogo RJ), o lateral-esquerdo Marcelo (ex-Vitória), o meia Isaque (ex-Guarani) além dos atacantes Diego Golçalves (ex-Botafogo RJ), Paulinho Bóia (que fez a base no São Paulo) e Delatorre (ex-Internacional).

Porém, desde que a bola rolou, no Paulistão desse ano, o Mirassol não sabe o que é vencer. Foram três jogos e três empates, todos por 1×1, contra Ponte Preta, São Paulo e Novorizomtino, nessa ordem.

Levando em conta tudo isso, o técnico Mozart não deve vir para Campinas a passeio e o provável Leão, para enfrentar o Guarani, deve ter: Alex Muralha; Rodrigo Ferreira (Warley), Gazal, Luiz Otávio e Marcelo (Warley); Yuri Lima, Danielzinho e Gabriel (Chico Kim); Fernandinho (Diego Gonçalves), Negueba (Chico Kim) e Delatorre (Mário Sérgio).

Como joga?

O Mirassol é um time montado para ser propositivo, independentemente de jogar dentro ou fora de seus domínios. Fiel ao esquema tático de seu treinador, Mozart, costuma ter linhas (defensivas e ofensivas) “flutuantes”, que iniciam a marcação pressão desde a defesa adversária, do mesmo jeito em que constroem suas ações e progressões, desde seu próprio campo, utilizando seus zagueiros e laterais. E essas linhas costumam ser bem compactas, subindo e descendo em bloco, dentro da característica do 4-3-3 e do jogo posicional, utilizado pelo técnico do Leão. Busca a imposição do começo ao fim, tendo em seu meio-campo seu ponto forte, mas contando, sempre, com todos os 11 jogadores fazendo às mecânicas e movimentações necessárias para fazer o padrão prevalecer. Para isso conta com um elenco qualificado, oferecendo opções para as diversas variações que acabam, quase sempre, resultando no encaixe desejado.

Como ataca?

Sempre iniciando com a saída em três (Lavolpiana), com seus dois zagueiros recebendo o apoio de um lateral construtor, o Mirassol, justamente pelas linhas compactas, jogadores aproximados e superioridade numérica, trabalha essa progressão baseada na posse de bola, na qualidade técnica de seus meio-campistas e com transições muito bem moduladas.

Mozart costuma escalar um lateral mais defensivo, com características apropriadas para esse tipo de saída, e outro mais ofensivo, mais veloz, que saiba jogar em uma posição avançada, gerando qualificação na saída de bola e dando vantagem tática e numérica ao Leão. Quando joga Rodrigo Ferreira, na lateral-direita, Warley, mesmo sendo destro, joga pela esquerda, fazendo essa função do “lateral-ponta”. Quando Marcelo, lateral-esquerdo, joga, Warley é deslocado para o lado direito, fazendo a mesma função, quase que como um atacante de beirada (ou extremo).

E esse ataque em blocos passa pela transição que, já em vantagem posicional, vai empurrando as linhas adversárias para trás, “flutuando” para dar opções de passe e, enquanto os pontas dão amplitude e profundidade, os meias buscam as entrelinhas, com infiltrações e triangulações.

Ja o ataque, como sabemos, é quase um capítulo a parte, com um centroavante que tenha presença de área, mas saiba se movimentar, somado a pontas rápidos, que contem possíveis avanços dos laterais adversários e buscam surpreender através das inversões de jogo e dobras ofensivas. Contudo, dependendo da situação, placar ou do time adversário, Mozart aposta em variações que fortaleçam, ainda mais, o potencial posicional da equipe. Não raramente essa linha ofensiva é montada com um centroavante (desse Mozart não abre mão), um atacante de beirada, velocista, que arraste a marcação, e um meia de criação/armação jogando aberto, mas “balançando” para o meio, abrindo espaços para ultrapassagem e aumentando as opções de passe e de infiltração.

Como defende?

A marcação pressão, com as linhas altas e o abafa (esse último, mais comum quando o time perde a bola) são marcas registradas dessa equipe do Mirassol.

Mas, como dito antes, a compactação e o fortalecimento posicional dão ao Leão uma marcação eficiente, mesmo não sendo tão agressiva, atua em blocos desde o campo de defesa do adversário, gerando desconforto na saída de bola e forçando erros não condicionados.

E esse “combate”, caso o adversário consiga progredir, vai ficando mais intenso e, por instrução tática, acaba picotando o jogo de quem tenta enfrentar o Leão usando espelhamento ou um padrão semelhante.

Com as linhas mais baixas (em caso de necessidade), enquanto Yuri Lima fecha a frente da grande área, Danielzinho fica “liberado” para ir para o enfrentamento, tentando botes rápidos, quase sempre com dobra na marcação. Dobra, essa, que também acontece pelos lados do campo, com os pontas ajudando os laterais.

No geral, o Mirassol é um time que sabe se defender (e atacar) pois entende as mecânicas das transições posicionais, treinadas a exaustão por jogadores escolhidos a dedo por seu comandante, Mozart Santos.

Pontos fortes:

  • Defesa muito forte na bola aérea, tanto ofensiva, quanto defensiva.
  • ⁠Meio de campo muito dinâmico, com Danielzinho e Gabriel se revezando na transição ofensiva e Yuri Lima dando sustentação.
  • ⁠Ataque com variações que podem causar desencaixe na marcação, através das movimentações dos avançados.
  • ⁠Elenco encorpado que oferece opções táticas e mudança de padrão ao seu treinador.
  • ⁠Intensidade alta, para atacar e defender, com transições velozes e eficientes.

Pontos fracos:

  • o elo fraco da defesa sempre será onde jogar Warley. O lateral-atacante não vai tão bem na recomposição e, muitas vezes, não tem cobertura adequada.
  • ⁠o zagueiro Luiz Otávio é pesado e, por jogar em linha alta, em caso de contra-ataque, nem sempre a defesa consegue efetuar a transição defensiva de forma eficaz.
  • ⁠Mozart prioriza dois meias e um volante, no 4-3-3 posicional. Isso acaba, por vezes, sobrecarregando o único volante de origem (Yuri Lima), principalmente em jogadas de infiltração, pelo meio.
  • ⁠Não se pode menosprezar, mas alguns dos setores do Mirassol contam com jogadores bastante experientes e essa sequência de jogos pode acabar pesando para alguns atletas, mais envelhecidos.
  • ⁠O Mirassol tem na marcação pressão sua principal ferramenta defensiva. Caso o adversário consiga quebrar a primeira linha de marcação, pode encontrar espaços para uma progressão ainda maior.