Guarani x São Bernardo – Como joga o Bernô? Confira a análise tática!
Por Nossa Taba, em 24/01/24
Em busca de reabilitação, no Paulistão 2024, o Guarani recebe, nesta quarta-feira (24/01), a partir das 21h30, no Brinco de Ouro da Princesa, o São Bernardo.
Então bora falar de como joga o adversário do Bugre e por quais caminhos podem passar a vitória do alviverde?
O São Bernardo:
Antes de mais nada, é importante dizer que o Bernô vem completo, sem desfalques e com a moral elevada pela vitória na 1ª rodada (2×0 frente ao Intuano, dentro de seus domínios).
E a aposta são-bernardense é na continuidade, desde o técnico Márcio Zanardi (no cargo desde 2021) até a manutenção da base do elenco que terminou o Paulistão 2023 na 3ª colocação (da classificação geral) foi Campeão da “Taça Independência” do mesmo ano e só não conquistou o acesso, da série C para a série B, pelos critérios de desempate.
O provável São Bernardo para encarar o Bugre vem com: Alex Alves; Vitor Ricardo, Helder, Pedro Carretete e Arthur Henrique; Rodrigo Souza, Romisson (Wesley) e Lucas Lima (Vitinho); Lucas Tocantins (Hugo Sanches), Silvinho (Matheus Régis) e João Carlos (Kayke).
Como joga?
As diversas opções de elenco, evidenciadas na possível escalação, dão ao São Bernardo algumas opções em relação a cadenciar ou acelerar o jogo, porém, em sua essência, o Bernô gosta de ficar com a bola e ser propositivo, faz transições robustas, trabalhando em bloco e, sempre, buscando o controlar a partida, através de seu meio-campo.
Como ataca?
O time do ABC paulista até aposta nas bolas longas, mas seu forte é a transição construída, com a saída em 3 (Lavolpiana), ora usando o lateral-esquerdo Arthur, ora utilizando um dos volantes.
E por falar em volantes, caso Márcio Zanardi opte por repetir a escalação da última partida, serão 3, que se revezam nas funções de transição, avanço, contenção, conexão e cobertura. A ideia principal é que, pelo menos um desses homens de meio-campo, sempre esteja próximo de quem está com a bola para criar superioridade numérica, além de terem liberdade de chegar ao ataque, seja para finalizar ou para servirem como o fator “elemento surpresa”.
Mas é na linha ofensiva que está o perigo, mesmo que a força desse time resida no meio-campo. Independente de quem for atuar, Márcio Zanardi sempre arma o São Bernardo com 2 meias atuando pelos lados, como se fossem pontas, mas que não são “extremos”. Esses “jogadores de beirada” flutuam em um corredor específico, nas entrelinhas (entre o lateral e o zagueiro), enquanto conduzem o jogo para o meio, deixando espaço para que os laterais possam avançar e dar a profundidade necessária.
Como defende?
O São Bernardo costuma ajustar suas linhas conforme o adversário, o momento do jogo ou, até mesmo, ao placar da partida.
Sempre muito compacto e ajustado, podemos esperar um time que vai subir sua marcação para deixar o Guarani desconfortável, principalmente no início da partida.
Mas isso pode se estender por toda a partida, com o técnico Márcio Zanardi trocando toda sua linha ofensiva (como fez no último jogo) para manter o setor “oxigenado” para pressionar e atacar com a mesma intensidade.
Portanto o Guarani deve enfrentar uma marcação com uma primeira linha de 3, com o centroavante fechando os passes centrais, enquanto os pontas avançam para tentar interceptar as saídas pelos lados. Os 3 homens de meio formam a segunda linha e buscam, pela imposição, dominar o setor e impedir jogadas de infiltração. Com o meio “anulado”, o Bernô força seus adversários a jogarem pelos lados, onde conseguem, facilmente, igualar ou superar, numericamente, seus adversários, através de um recuo simples de extremos e do deslocamento do volante mais próximo, para encurtar distâncias.
E a linha de zaga, experiente, forte no jogo aéreo e no jogo físico, dificulta inversões, cruzamentos e o trabalho de todos os atacantes, principalmente os centroavantes.
Pontos Fortes
- defesa forte, fisicamente, muito bem preparada nas bolas paradas (ofensivas e defensivas).
- meio-campo compacto, físico, dinâmico, qualificado, experiente e forte nas transições.
- ataque com repertório muito variado, com meias atuando nas pontas, dando qualidade, trazendo a possibilidade da finalização de média e longa distância e facilitando para que a bola chegue para o centroavante.
- elenco coeso e equilibrado, com substitutos a altura dos titulares e com jogadores de características diferentes, possibilitando ao treinador mudar o jeito do time jogar apenas com substituições.
- alto investimento que não se vê apenas na montagem do elenco mas, também, nas premiações e nas ambições do São Bernardo para 2024.
Pontos Fracos
- apesar de experiente, o goleiro Alex Alves não é de extrema confiança e, apesar de saber jogar com os pés, coleciona falhas com as mãos.
- a defesa, mais uma vez montada para ser referência, continua pesada e, pelas características de seus laterais, acaba baixando demais as linhas, causando um desencaixe nas entrelinhas.
- o meio-campo tem qualidade mas, atuando com 3 volantes, acaba dependendo demais do avanço dos laterais ou do recuo dos pontas para ser criativo/produtivo.
- o ataque tem qualidade, mas carece de velocidade e depende, muito dos laterais para dar profundidade as jogadas.
- o jogo é na Nossa Taba e nós sabemos que na nossa casa, no que depender da torcida do Bugre, nunca será fácil, para nenhum adversário!
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